Saturday, December 13, 2014

12 de Dezembro de 2014

E mais uma vez, atrasado como de costume, estamos aqui em nosso décimo segundo encontro com a Arcana Maior “O Enforcado”. Contamos agora com um arquétipo masculino e nisso somamos em nossa contagem como o sétimo arquétipo masculino visto até o momento. Lembremos que o arquétipo masculino nos propõe uma ação, ou no mínimo certa agitação, visto que a figura masculina é ativa e mais relacionada à execução de ideias. Claramente vislumbramos um cenário ideal em que se tem um homem pendurado de ponta cabeça em uma cruz. Não é incomum que muitos fiquem confusos com tal visão, afinal não parece coerente ver uma pessoa enforcada de ponta cabeça. O fato é que não se trata de um enforcamento qualquer, trata-se de um sacrifício realizado por escolha do espírito.
Em nosso décimo primeiro encontro a carta “A Justiça” nos deixou a ideia de que devemos agir de maneira justa e seguidamente a décima segunda carta nos ensina o que seria justo. Justo é agir através do espírito, a despeito de nossa existência no mundo físico nos impulsionar para um sentimento oposto. O sacrifício que se faz em vida reflete para a glória do espírito, como podemos ver pela auréola dourada ao redor da cabeça do homem enforcado.
Estamos falando de sacrifício, mas não estamos definindo que tipo de sacrifício seria esse e tão pouco estamos nos pautando nas velhas ideias estabelecidas pela doutrina Cristã do sofrimento e mártir. Não estamos sugerindo para que sejamos um mártir, um santo em vida que experimenta toda ordem de privação e dor em nome de Deus (ou do espírito). Muitíssimo pelo contrário, estamos falando de um sacrifício que se faz em nome da própria felicidade e harmonia interna.
Observemos que o homem enforcado encontra-se de pernas cruzadas, formando um quatro de ponta cabeça, indicando totalmente o oposto do que a quarta Arcana Maior nos diz. Lembram-se da carta “O Imperador”? Pois bem, ela nos apontava o próprio ego e como esse ego nos era importante de alguma forma para nosso aprendizado. Pois bem, ao longo de nossa caminhada recebemos os ensinamentos necessários para descobrirmos que há um ponto em que o ego já não se faz mais necessário.
Portanto meus queridos, a carta “O Enforcado” nos diz para abandonar o nosso ego e deixar para trás a ânsia que temos em definirmos nossa identidade e nosso apego ao que somos. Afinal, já nos foi ensinado anteriormente que não há nada que seja concreto e que dure para sempre, pois tudo gira e tudo deixa de ser o que um dia foi (A Roda da Fortuna). Temos aqui que o caminho justo está pautado em nos livramos de nosso ego e adentramos no mundo do espírito com o pleno equilíbrio de nossa mente e sentimentos.
É interessante notar que a mensagem da carta “O Enforcado” é tão simples, mas por ser a mais breve de todas é a que nos reservará a saída para o nosso próximo encontro. Entendam meus amados, não há tarefa mais gloriosa para o agora do que o exercício de abandono de nosso ego. Ego, palavrinha tão simples e tão pequena que carrega em si o cerne de nosso sofrimento, bem como os muitos e complexos mecanismos que nos travam a evolução e libertação.
Sim, nossa leitura pode ser finalizada aqui com a mensagem simples de que uma de nossas missões fundamentais nessa passagem pelo mundo tridimensional está pautada em nosso desligamento do ego. Mais uma vez meus amados, entendam que não há alma nesse mundo que não lute contra o próprio umbigo, todos trazemos as mesmas lições e todos podemos nos ajudar na difícil tarefa de libertação de nosso ego (percebo que os psicólogos devem estar pirando comigo nesse momento).
Enfim meus amados, esse é o convite da carta “O Enforcado”, nunca saberemos se nunca experimentarmos. Aliás, nunca saberemos se não trabalharmos. A imortalidade nos é reservada por algum motivo, pensem bem sobre esse motivo.
Nos vemos em nosso próximo encontro. Um grande abraço.

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