Tuesday, December 2, 2014

2 de Dezembro de 2014

Olá queridos tupiniquins, cá estamos com a segunda carta do dia. Preciso confessar que iniciar qualquer atividade com o Tarot sempre me é um grande desafio, afinal, a cada olhar que lanço nessas divinas cartas vejo surgir diante de mim um juiz com o qual, no fundo, eu ainda não sei dialogar muito bem. Contudo, cá estou me prestando ao serviço que eu mesmo me sujeitei a fazer. Então, vamos continuar com a macumba.
Nosso segundo encontro se dá com “A Alta Sacerdotisa”. Essa é uma carta igualmente curiosa para se encontrar justamente no segundo dia de nossa caminhada. Lembremos que somos representados pela carta de número zero (O Tolo) que mostrei no primeiro dia. Nosso primeiro encontro foi com “O Mago” com quem tivemos nossa primeira lição de como deveria ser pautada nossa atividade nesse mundo, dentro do escopo dos quatro instrumentos que, alguns, preferem nomear como as artes, as ciências, as religiões e as filosofias. Parece que nosso primeiro encontro foi um estímulo ao despertar de nossa consciência ou uma sugestão para tal.
Contudo, nosso segundo encontro nos mostra claramente uma segunda grande lição. O primeiro arquétipo encontrado foi a figura masculina, o segundo arquétipo é uma figura feminina. Diferente do tipo masculino voltado à ação, o tipo feminino é voltado à recepção em um sentido um tanto místico. Isto é, estamos sim falando de sentimentos, o profundo dos corações humanos que guarda os registros das grandes verdades cósmicas de nosso universo, ou mais simplesmente, das leis divinas.
A carta “A Alta Sacerdotisa” nos mostra uma mulher a segurar o código fundamental das leis divinas, isto é, o Torat que lido ao contrário é Tarot. Há muita discussão nesse aspecto e não vou entrar em detalhes, pois reservo aos macumbeiros e tarólogos de plantão a discussão estéril. O que realmente nos importa aqui é a lição desse encontro. Por qual motivo encontramos essa figura feminina segurando um documento oficial cósmico? Perfeitamente para nos deixar bem avisados de que, sim, todos nós portamos esse código de leis que nos orientam.
É válido observar que essa figura feminina traz algumas lições profundas para o nosso tão recente segundo passo. Nosso segundo dia nos diz fortemente a urgência de esquecermos alguns acontecimentos de nossas vidas no profundo de nossas trevas. Nossas memórias são levadas pelas águas profundas que escoam em nossa subconsciência lunar, isto é, traduzindo em liguagem prática temos a visão da lei do esquecimento no processo reencarnatório.
A sacerdotisa entende pela visão clara que possui da realidade perene a importância do esquecimento dentro do processo evolutivo das consciências humanas, deixando-nos claro que uma vez que tenhamos feito nossas escolhas com os instrumentos do feiticeiro nosso segundo passo será entrar nesse mundo dual e viver plenamente na sombra de nós mesmos orientados pelo sensível mecanismo de nossos sentimentos mais profundos que, de fato, exprimem apenas as grandes verdades cósmicas.
No momento a nossa mensagem mais importante seria a sentença: “...tudo o que você precisa já está em você, vá, viva.” Essa afirmação é de um famoso artista e escritor chileno chamado Alejandro Jodorowsky, mas a pego emprestada para se encaixar com demasiada perfeição ao atual contexto dessa carta para o presente dia.
Bom meus queridos, creio que isso seja tudo por hoje. Gostaria de pedir desculpas por escrever a carta do dia apenas ao final de cada dia ao invés do começo. Então, prometo tentar a partir de amanhã realizar publicações apenas no período da manhã. Aliás, como sempre meus queridos eu evitarei de colocar mais informações sobre outros detalhes das cartas para não entrar em conflito com muitos macumbeiros de plantão (como carinhosamente eu gosto de chamar meus amigos de fé). Faço um adendo, peço carinhosamente que observem minha linguagem um tanto despreocupada com minúcias quase academicistas da verdade oculta do Tarot e mesmo no meu trato com qualquer outro conhecedor do Tarot. Espero que isso fique claro para todos que não desvalorizo o trabalho e a fé de outros, mas que eu adoro brincar com absolutamente tudo e, portanto, sintam-se livres para brincar com as minhas visões, afinal, já nos mostra a carta “A Alta Sacerdotisa” que nós devemos viver e nos orientar pelo profundo de nossos sentimentos.
Eis portanto o convite que deixo para todos: viva, pense, medite, sinta, observe e liberte-se.

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