Saturday, December 13, 2014

11 de Dezembro de 2014

Um imenso olá atrasado para os meus caros tupiniquins. Sim, atrasadíssimo, mais atrasado impossível. Veja só, hoje é dia 13 e ainda nem escrevi sobre as cartas 11 e 12, mas como eu havia dito anteriormente eu previa que faria de duas até três publicações nesse blog entre os dias 11 e 12 (o que não aconteceu), mas é claro, foi só uma “previsão de erro”, pois hoje (13) farei várias publicações. Então, vamos seguir com o trabalho, pois o tempo urge meus amados.
Enfim, no dia 11 nosso encontro foi marcado com a carta “A Justiça”, uma certa incógnita em meu ponto de vista quanto ao gênero. Tanto no francês quanto no inglês não verifiquei qualquer preocupação com o gênero da figura humana dessa carta, portanto não me prenderei na contagem que estávamos fazendo desde o início, pois aqui o mais importante está em uma lei cósmica que se fará clara.
Pois bem, estamos falando da lei do carma (ou karma se vocês preferirem uma influência do sânscrito). A décima primeira carta das Arcanas Maiores nos mostra que a lei do carma é reinante no mundo da dualidade. Observe que a figura humana carrega no alto da cabeça uma coroa que simboliza o império da lei do carma no mundo tridimensional em que vivemos.
Em cada uma das mãos dessa mesma figura humana observamos um instrumento diferente. Na mão direita há uma espada e na mão esquerda uma balança. A balança é o instrumento de mesura das ações de todas as ordens (emocionais, mentais ou físicas) no mundo em que vivemos, sendo preciso manter um estado de equilíbrio tal qual demonstrado pelas mãos da figura humana (notem que a balança nessa carta está em equilíbrio perfeito e que não há nada nos pratos da balança, esse nada representa a qualidade do equilíbrio). Já a espada representa a execução daquilo que se faz necessário no resgate do equilíbrio.
Bom meus queridos, vamos adentrar algumas explicações. A lei do carma não é algo que existe para nos promover sofrimento apenas, por alguma razão que eu não sei explicar percebo que dentro da cultura brasileira há um certo amargor na palavra “carma”, apesar de que nossos amados tupiniquins sempre souberam que tal lei nunca foi algo a ser encarado em tom negativo. Em verdade, a lei do carma é um equilibrador universal em nosso mundo e nessa imensa escola chamada “vida” e ela não só promove as dores necessárias para o aprendizado como nos reserva as maravilhas necessárias para nosso regozijo.
Muitos foram os místicos e iniciados que barganharam com as leis do carma e mesmo os profundos conhecedores da goécia (magia negra) sabem manipular essa lei de maneia ímpar, alterando a própria realidade do universo para fugir de dores e prisões. A lei do carma pode ser, sim, burlada como qualquer outra lei (seja ela divina e cósmica ou não). Mas há uma explicação para isso meus queridos, podemos burlar qualquer coisa por conta de uma outra lei que aprendemos com a carta “A Imperatriz”, trata-se da lei do livre-arbítrio. Sim, somos livres para obedecermos leis ou simplesmente desobedecê-las e fugir delas.
Agora, podemos fugir das leis até um dado ponto em que o que construímos se torna tão poderoso (ou pesado) quanto nós mesmos somos capazes de suportar e eis a razão da espada da carta “A Justiça”. A espada realizará o corte com precisão não tão cirúrgica, promovendo toda ordem de sofrimento possível em intensidades tão iguais quanto àquelas ações pretéritas que realizamos. Trata-se de um outro ditado popular que diz: “...Deus não dá mais do que podemos carregar...”; sim, nós recebemos exatamente a mesma dose daquilo que fizemos, portanto as dores que sentimos hoje foram as dores que causamos no ontem em mesma medida, isto é, experimentamos apenas aquilo que produzimos.
De alguma forma sinto que alguns tupiniquins se questionam sobre aquele outro ditado popular que diz: “...tudo que vai volta em dobro...”; esse ditado popular não é uma realidade, mas é uma visão parcial da própria revolta em desgraça. Não há bem e nem mal que volte em dobro, tudo volta em mesma medida (daí a balança figurando o equilíbrio) o detalhe é que muitos não percebem o mal que realizam e quando experimentam do próprio veneno sentem-se duplamente afetadas (primeiro o espírito se afeta e depois a identidade do ego, por isso mesmo em dobro). Portanto, entendam, a lei do carma não é algo conspiratório e maléfico, mas é justa e harmônica.
Agora, como eu havia dito anteriormente, é possível que o carma nos reserve maravilhas para nosso regozijo. Claramente, tudo o que fazemos de construtivo para nós e para aqueles que se encontram ao nosso redor contará ao nosso favor e nesse ponto eu devo explicar a incógnita. Em nosso sexto encontro eu havia estamentado que os bons atos que realizamos será pago por algum mal e o mal que produzimos será quitado com alguma boa ação, como uma forma de ciclo vicioso ou roda que gira continuamente. Bom, nesse ponto posso clarificar a qualidade do equilíbrio que falei anteriormente. Os pratos da balança estão vazios, não se vê algo lá, ambos os pratos estão vazios há apenas "nada". Esse “nada” é a qualidade do equilíbrio, isto é, não há lá atos bons ou atos ruins, apenas há nada.
A carta “A Justiça” nos mostra uma condição em que se está fora do sansara (roda da vida ou ciclo dos sofrimentos), não basta unicamente agir bem para obter bom carma, é preciso agir de maneira justa, pois o somatório deverá resultar em zero. No mundo da dualidade em que existimos o equilíbrio não é o desequilíbrio da bondade (não é ser santo que resolve o problema), o equilíbrio se constitui na capacidade de medir por igual toda forma de ação que exercemos nesse mundo de maneira a ponderar a nós mesmos para o meio em que vivemos.
Preciso dizer aqui que a carta “A Justiça” pode ser muito difícil de ser entendida quando nós mesmos ainda não vibramos mais claramente com o chacra frontal (observem que na coroa da figura humana na carta há um quadrado de cor verde-água, esse quadradinho representa o chacra frontal), parecendo até mesmo impiedoso para nossos sentimentos a ação justa. Não é difícil observar que a cultura brasileira possui muitíssima dificuldade com o termo “justiça”, apenas observem as microscópicas coisas do cotidiano. Sim, estamos falando da realidade cármica, absolutamente nada passa despercebido, nem mesmo um único pensamento que temos ao longo de nossos dias.
Enfim meus queridos, eu creio que já estou dentro de um campo minado e devo me retirar através do silêncio, deixando para todos vocês material para se pensar e criticar. A realidade que a carta “A Justiça” nos mostra não é tão simples de se entender, afinal ser verdadeiramente justo parece estar um pouco além daquilo que realmente entendemos. Espero que isso não ofenda, ao mesmo tempo que espero que vocês entendam que estamos todos nós (sem exceção alguma nesse planeta) vivendo a mesma situação em que defrontamos a figura “A Justiça” e ficamos literalmente parados e quiçá assustados. Todos meus queridos, todos nós (sem nenhuma exceção nesse planeta) temos nossas dívidas, portanto não se sintam menores ou mesmo anojados de outros irmãos cujas dívidas são tremendas. Lembrem-se, não há dívidas únicas, não há uma alma que esteja em dívida sozinha, a dívida é compartilhada e de todos. Pensem nisso.
Um grande abraço meus queridos, nos vemos em algumas horas em nosso décimo segundo encontro.

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